Sinopse:
Num dia qualquer, quando andava sem rumo pelas ruas de Madri, Teresa, uma órfã rica que vive sob o rígido controle de sua tia Brígida, se vê impelida a entrar em um antiquário, atraída por uma tabuleta de uma antiga loja parisiense de tecidos.
De volta ao seu apartamento, após fixar a tabuleta em seu escritório — que compra sem saber muito o porquê —, a jovem é atormentada por uma série de sensações, percepções e visões que, ao que tudo indica, fazem referência à dona da tal loja, Alice Humbert, que viveu na Paris dos anos 1920.
Quem terá sido essa mulher e por que a sua história agora lhe bate à porta de uma maneira tão intensa, Teresa se pergunta. Sem perder tempo, ela parte em busca das respostas na mágica, romântica e colorida capital francesa, para onde se muda.
Inspirado pelos “anos loucos” vividos na Paris de Hemingway, Modigliani, Coco Chanel e Paul Poiret, o jornalista espanhol Màxim Huerta apresenta uma história de amor que resistiu ao tempo e transpassou décadas até atingir em cheio o coração de Teresa.
Opinião:
Discordo da sinopse que diz que o livro se trata de uma história de amor, existe sim uma história de amor na trama, mas nem de longe ela é o foco. O começo do livro é difícil, as coisas se arrastam, a falta de personalidade de Teresa é cansativa, maçante e irritante. Senti vontade de desistir diversas vezes, mas a curiosidade acabou falando mais alto (ainda bem).
Teresa é uma mulher completamente perdida, que não se impõe, vive sob o controle da tia e perdeu seu grande amor, ela vê sua vida mudar quando decide seguir uma série de pistas e fatores sobrenaturais que a levam à Paris para descobrir mais sobre a vida de uma mulher que viveu durante a década de 20. É nesse momento em que o autor faz um paralelo entre duas histórias, a de Teresa e a de Alice Humbert, sua inspiração.
Duas coisas são o ponto alto do livro: a primeira é a maneira como o escritor consegue nos transportar para os anos 20, contextualizando a história com estilistas e personalidades marcantes da época; Para os apaixonados pela década e por moda é um verdadeiro mimo. A segunda é mostrar para o leitor como temos uma versão romantizada do passado. Isso fica claro a todo o momento quando Teresa imagina o quanto Alice devia ter sido feliz, enquanto Alice sofre crises existenciais.
Mais do que uma história de amor, é uma história sobre mulheres, seus desafios, resistências, descobertas e inseguranças. Com um começo maçante e um desfecho acelerado e um pouco confuso, o livro ganha pela qualidade da história da personagem de Alice, mas peca com a construção de uma Teresa fraca e sem personalidade, com um fim digno dos filmes de Nicholas Sparks. Alice salva a história, arrancando sorrisos de quem conhece os nomes famosos citados no livro e dos curiosos e apaixonados pelos anos 20.
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